Uma criatura baseada em ser humano, mas não humano
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A nova e pequena sequência de DNA traz cada gene que torna um ser humano o que ele ou ela é, o que não é suficiente. O genótipo humano não permite ao fenótipo humano a plasticidade que as Forças Especiais exigem; em outras palavras: nossos genes não conseguem criar os super-humanos que os soldados das Forças Especiais precisam ser. O que resta do genoma humano é separado, reprojetado e remontado para formar genes que vão codificar capacidades substancialmente melhoradas. Esse processo pode exigir a introdução de genes ou material genético adicionais. Os genes que vêm de outros seres humanos em geral apresentam poucos problemas de incorporação, pois o genoma humano é fundamentalmente projetado para acomodar informações genéticas de outros genomas humanos (o processo pelo qual isso ocorre de forma normal, natural e entusiasmada chama-se “sexo”). O material genético de outras espécies terrestres também é relativamente fácil de incorporar, considerando que toda vida na Terra apresenta os mesmos blocos de construção genética e são aparentados geneticamente.
A incorporação de material genético de espécies não terrestres é substancialmente mais difícil. Alguns planetas desenvolveram estruturas genéticas mais ou menos similares às da Terra, incorporando alguns, se não todos os nucleotídeos incluídos na genética terrestre (talvez não seja coincidência que espécies inteligentes desses planetas sejam conhecidas por consumirem seres humanos às vezes; os Rraeys, por exemplo, acham os seres humanos bem apetitosos). Mas a maioria das espécies alienígenas tem estruturas e componentes genéticos muito distintos dos de criaturas terrestres. Usar seus genes não é uma simples questão de copiar e colar.
As Forças Especiais resolveram esse problema ao passar o equivalente de DNA das espécies alienígenas por um compilador que produz uma “tradução” genética em formato de DNA terrestre – o DNA resultante, se pudesse se desenvolver, criaria uma entidade tão próxima da criatura alienígena original em aparência e função quanto fosse possível. Genes de criaturas transliteradas eram então moldados no DNA das Forças Especiais.
O resultado final desse redesenho genético foi um DNA que descrevia uma criatura baseada em um ser humano, mas que não era humana de forma alguma – tão não humana que a criatura, se pudesse se desenvolver a partir desse estágio, seria uma aglomeração profana de partes, uma criatura monstruosa que teria deixado sua madrasta espiritual, Mary Wollstonecraft Shelley, mais que maluca.
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