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Biblioteca Pós-humana: The Man That Was Used-Up - Edgar Allan Poe, 1839

The Man That Was Used-Up
Edgar Allan Poe
1839
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O conto "The Man That Was Used-Up" de Edgar Allan Poe, publicado em 1839, apresenta um personagem que é descrito como um modelo perfeito de eficiência e utilidade, mas que, ao mesmo tempo, parece ser uma figura estranhamente inumana e mecânica. Do ponto de vista do pós-humanismo, esse conto pode ser interpretado como uma reflexão sobre a relação entre o ser humano e a tecnologia, bem como sobre a natureza fluida e maleável da identidade humana.

Em "The Man That Was Used-Up", Poe descreve um personagem que é exaltado por sua habilidade em lidar com as demandas da sociedade, mas que, ao mesmo tempo, é desprovido de características humanas distintas. Ele é descrito como uma "máquina humana" ou "um homem mecânico", que é capaz de realizar suas tarefas de maneira eficiente, mas que não tem uma identidade claramente definida. Ele é um homem que foi "usado até o fim", uma figura que foi reduzida a uma série de funções úteis, mas que perdeu sua humanidade no processo.

Do ponto de vista do pós-humanismo, essa descrição evoca preocupações sobre o potencial para a tecnologia de reduzir os seres humanos a máquinas eficientes e úteis, ao mesmo tempo em que esvazia sua identidade e individualidade. Essa figura mecânica também sugere a possibilidade de que, à medida que a tecnologia avança, as fronteiras entre o humano e o mecânico possam se tornar cada vez mais difusas, levando a uma nova forma de existência pós-humana.

Por outro lado, o conto também sugere que a identidade humana pode ser fluida e mutável, e que a tecnologia pode desempenhar um papel na reconstrução ou reinvenção da identidade humana. O personagem principal do conto é capaz de assumir uma nova identidade depois de sofrer um acidente e ser reconstruído com partes artificiais do corpo. Essa transformação sugere que a identidade humana pode ser construída e reconstruída de maneiras que antes não eram possíveis, graças ao avanço da tecnologia.

Em última análise, o conto de Edgar Allan Poe "The Man That Was Used-Up" pode ser visto como uma reflexão sobre as possibilidades e preocupações apresentadas pelo pós-humanismo, e sobre a natureza em constante evolução da identidade humana na era da tecnologia.

Conheça a versão do conto em espanhol (El hombre que se gastó)  aqui: https://www.literatura.us/idiomas/eap_segasto.html

A origem dos Androides - Edmund Cooper

Os Androides

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Os primeiros modelos pareciam armaduras medievais leves. Então, o processo de humanização foi gradualmente aperfeiçoado. Novas técnicas tornaram possível resolver o problema do peso; consequentemente, os pés ficaram esbeltos e humanos em forma. O desenvolvimento da micro-atômica, uma usina de energia atômica em miniatura, permitiu que a fonte de energia fosse contida em uma cápsula de chumbo ligeiramente maior que um coração humano. Mãos mecânicas foram modeladas no estilo humano. A cabeça foi humanizada e separada do busto por meio de um pescoço. E finalmente, os contornos parecidos com carne foram cobertos com couro sintético, o cabelo natural foi aplicado por meio de uma tampa de plástico e um rosto foi criado com olhos artificiais, orelhas, nariz e boca. E lábios capazes de sorrir. O produto final não tinha mais nenhuma semelhança com seus ancestrais de uma tonelada e meia. Ele era um robô humanizado em todos os aspectos. Um androide…

Por causa de sua aparência humana, esses novos robôs causaram uma mudança ainda maior na sociedade do que os modelos convencionais. As pessoas rapidamente se acostumaram com a ideia de manter os androides em casa, e logo aqueles que persistiram em não ter um androide foram considerados retrógrados. Permitir que os androides executassem todas aquelas funções que não eram intrinsecamente interessantes era considerado um sinal de distinção e raça. Os usos e atividades dos androides se multiplicaram. Eles ganharam completamente o governo da casa, eles se tornaram motoristas e cuidadores. Tornou-se muito normal para uma menina solteira, ou para uma mulher solteira, ser acompanhada no almoço ou em um baile por um androide masculino. Para um solteirão solitário ou para um marido cuja esposa saísse de férias ou estivesse ocupada em outro lugar, tornou-se muito natural usar uma androide fêmea como companheira temporária.

No final, a ideia era que todo ser humano adulto deveria ter um androide pessoal capaz de atuar como manobrista, empregada doméstica, enfermeira, conselheira ou governanta, de acordo com as necessidades do momento. Os humanos acabaram confiando em androides para muitos tipos de atividades para as quais os robôs humanoides não foram originalmente projetados. Afinal, os androides eram máquinas muito confortáveis. E quase infalíveis. No final do século XXI, esses autômatos em particular atingiram tal grau de eficiência que podiam realizar profissões que antes eram consideradas habilidades exclusivamente humanas. Eles se tornaram médicos, dentistas, policiais… até psiquiatras. E então, finalmente, a humanidade descarregou o trabalho de seus ombros. O homem estava livre para se desfazer de sua vida como desejava. Ele estava até livre para trabalhar, se ele se importasse. Mas muito poucas pessoas fizeram isso, já que o trabalho era considerado… antiquado!

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The Uncertain Midnight
Edmund Cooper
1958