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Democracia Plena em 'A Saga do Grande Computador' de Olof Johannesson

Na Democracia plena, cada cidadão era um parlamentar

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Em cada eleição parlamentar concorriam muitos candidatos.

Era muitas vezes uma grande tragédia que nem todos pudessem ser escolhidos, e assim por à disposição do governo suas competências. Após a introdução do teletotal e a racionalização do trabalho do parlamento, não mais existiam razões para se manter um pequeno número de parlamentares e com isso fechar as portas a muitos inteligentes e conceituados homens e mulheres. Por isso o número de parlamentares aumentou gradativamente. Mas aos poucos entendeu-se que a escolha de parlamentares era fundamentalmente antidemocrática. Com isso dava-se a um grupo de homens mais poder que a outros, transgredindo assim o princípio fundamental de que todos os homens devem ter iguais direitos. Tão logo isto foi universalmente descoberto, selou-se o destino da pseudodemocracia. Introduziu-se a Democracia Plena, onde cada cidadão era um parlamentar.

Quando o parlamento se reunia, todos os habitantes do país participavam através do teletotal. As propostas apresentadas eram preparadas em detalhes por computadores, mas cada cidadão tinha o direito de expressar-se. Todos os discursos eram transmitidos via teletotal. Para que as deliberações não tomassem longo tempo, eram transmitidas simultaneamente por vários canais paralelos. Com isto naturalmente nem todos os habitantes podiam ouvir alguns discursos, mas isto tampouco ocorria no parlamento da pseudodemocracia. A maioria dos parlamentares costumava ficar ausente dos debates e entrar apenas quando uma campainha os chamava para a votação. O mesmo princípio era aplicado agora. Quando findavam os discursos, todos os habitantes do país eram despertados por um chamado do teletotal. A votação podia começar.

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A Saga do Grande Computador
Olof Johannesson
1956



Partidos políticos em Robert A. Heinlein

Não sabia que os partidos políticos crescem e mudam como as pessoas

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Mas o grande esforço durante a viagem foi embeber-me do que Bonforte pensava e daquilo em que acreditava, em suma, da política do Partido Expansionista. De certa maneira, ele era o Partido, não só seu líder mais expressivo, mas também seu filósofo político e seu maior estadista. O expansionismo fora pouco mais do que um movimento do tipo "Destino Manifesto" ao ser fundado, uma coalizão popular de grupos que tinham uma única coisa em comum: a crença em que as fronteiras dos céus constituíam a questão mais importante no futuro imediato da raça humana. Bonforte dera ao partido fundamentos lógicos e uma ética, o tema de que a liberdade e os direitos iguais deveriam acompanhar a bandeira imperial. Continuava a bater na tecla de que a raça humana jamais deveria cometer os erros que a sub-raça branca perpetrara na África e na Ásia.

Mas confundiu-me o fato — e eu não tinha preparo algum nesses assuntos — de que a história antiga do Partido Expansionista se parecesse tanto com a atual do Partido da Humanidade. Não sabia que os partidos políticos amiúde mudam tanto, enquanto crescem, como as pessoas. Soubera vagamente que o Partido da Humanidade começara como uma ala do Movimento Expansionista, mas jamais dedicara a isso um segundo pensamento. Na verdade, a cisão fora inevitável. Uma vez que os políticos que não tinham os olhos nos céus murcharam por força dos imperativos da História e deixaram de eleger candidatos, o único partido que estivera no caminho certo obrigatoriamente teria que dividir-se em duas facções.

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Estrela Oculta
Robert A. Heinlein
1956