Fundação e Império — Isaac Asimov – Prólogos Imortais da Ficção Científica

Fundação e Império

Isaac Asimov



PRÓLOGO

A Decadência do Império Galáctico.

Era um Império colossal, alargando-se por milhões de mundos que iam de extremo a extremo da poderosa espiral dupla que formava a Via-láctea.

Esteve em declínio durante séculos antes de um homem se tornar realmente ciente dessa decadência. Este homem foi Hari Seldon, o homem que representou a única fagulha de esforço criador no meio da pressão da decadência. Criou e elevou a um alto grau de perfeição a ciência da psicohistória.

A psicohistória trabalha considerando não o homem, mas o homem-massa.

Era a ciência da multidão, multidão considerada no seu total de bilhões. Podia prever as reações com uma precisão que uma ciência menor só poderia resolver e prever com o mesmo rigor do ressalto de uma bola de bilhar. A reação de um homem não podia ser prevista utilizando a matemática, a reação de um bilhão é algo diferente.

Hari Seldon delineou as tendências sociais e econômicas da época, estendeu para frente as curvas evolutivas e previu o acelerado declínio da civilização e o intervalo de trinta mil anos que deveria transcorrer antes de um novo Império vigoroso poder emergir das ruínas.

Era muito tarde para impedir esse declínio, mas não muito tarde para impedir o aparecimento de um interregno de barbarismo. Seldon estabeleceu duas Fundações nos "extremos opostos da Galáxia" e a sua localização foi de tal modo calculada que os acontecimentos de um milênio deviam unir-se e entrelaçar-se de tal modo que levassem ao nascimento mais rápido de um Segundo Império, mais robusto e mais duradouro.

Fundação (Gnome Press, 1951) contou a história de uma destas Fundações durante os dois primeiros séculos de vida.

Começa com um povoamento de cientistas físicos em Terminus, um planeta colocado na extremidade de um dos braços da espiral da Galáxia. Separados dos distúrbios do Império, esses cientistas trabalharam como compiladores de um compêndio de conhecimento universal, a Enciclopédia Galáctica, desconhecendo o profundo papel que lhes fora destinado pelo já falecido Seldon.

Como o Império se fosse corrompendo, as outras regiões caíram nas mãos de "reis" independentes. A Fundação viu-se ameaçada por eles. Contudo, atirando os insignificantes soberanos uns contra os outros, sob a orientação do primeiro prefeito, Salvor Hardin, conseguiram manter uma independência precária. Sendo os únicos possuidores da força atômica no meio de mundos que estavam perdendo a cultura e regressando ao carvão e ao petróleo, conseguiram, por isso, ganhar um ascendente. A Fundação tornou-se o centro "religioso" dos reinos vizinhos.

Vagarosamente, a Fundação criou uma economia comercial ao mesmo tempo que a Enciclopédia recuava para um plano mais distante. Os seus comerciantes, negociando com instrumentos atômicos que o Império nem sequer podia ter copiado nos seus dias de maior solidez, penetravam centenas de anos-luz através da Periferia.

Sob Hober Mallow, o primeiro Príncipe Mercador da Fundação, desenvolveram as técnicas de guerra econômica a ponto de derrotarem a República de Korell, embora este mundo fosse apoiado por uma das outras províncias que tinha saído do Império.

Decorridos duzentos anos, a Fundação era o Estado mais poderoso da Galáxia, com exceção dos remanescentes do Império que, concentrados no terço central da Via-láctea, ainda controlavam três quartos da população e da riqueza do Universo.

Parece inevitável que o próximo perigo a ser enfrentado pela Fundação fosse um último golpe do Império agonizante.

O futuro deve ser esclarecido pela batalha entre a Fundação e o Império. 


O que é um prólogo? O prólogo é uma introdução presente em algumas obras literárias, frequentemente escrita pelo autor ou por uma terceira pessoa, que oferece ao leitor uma contextualização antes do início da narrativa principal. Ele pode esclarecer elementos importantes, como informações de fundo sobre os personagens, o cenário, ou a trama, preparando o leitor para a história que está por vir. Além disso, o prólogo pode explorar temas ou questões que serão centrais ao longo do livro, criando uma ponte entre o leitor e o universo ficcional da obra.

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