Nêmesis — Isaac Asimov (Prólogo)

Nêmesis

Isaac Asimov


Prólogo

Estava ali sentado, sozinho.

Do lado de fora estavam as estrelas, e uma estrela em particular, com seu pequeno sistema planetário. Podia vê-la com os olhos da mente, mais nitidamente que a veria na realidade se se desse ao trabalho de tornar a janela transparente.

Uma estrela pequena, avermelhada, da cor do sangue e da destruição e com um nome apropriado.

Nêmesis!

Nêmesis, a deusa da vingança divina.

Pensou novamente na história que ouvira na infância: uma lenda, um mito, uma fábula a respeito de um dilúvio universal que dizimara a humanidade pecadora, deixando apenas uma família para começar tudo de novo.

Desta vez, não ia haver nenhum dilúvio. Apenas Nêmesis.

A degeneração da humanidade tinha acontecido de novo e a vinda de Nêmesis era um castigo apropriado. Não seria um dilúvio. Nada tão simples quanto um dilúvio.

Mesmo que houvesse sobreviventes... para onde iriam?

Por que não sentia nenhuma tristeza? A humanidade não podia continuar daquele jeito. Estava morrendo aos poucos, em consequência dos próprios crimes. Se a morte lenta e sofrida fosse substituída por uma muito mais rápida, isso seria motivo de tristeza? Ali, em órbita em torno de Nêmesis, havia um planeta. Em órbita em torno do planeta, um satélite. Em órbita em torno do satélite, havia Rotor.

No antigo dilúvio, os sobreviventes haviam usado uma arca. Tinha apenas uma ideia vaga do que era uma arca, mas Rotor desempenharia o mesmo papel. Levava com ele uma amostra da humanidade que estava a salvo e que construiria um mundo novo e muito melhor.

Para o velho mundo, porém... só havia Nêmesis!

Pensou de novo na questão. Uma estrela anã vermelha, em sua trajetória inexorável. Ela própria e seu sistema planetário não corriam nenhum perigo. O mesmo não se podia dizer da Terra.

Terra, Nêmesis está chegando!

Trazendo com ela a Justiça Divina!


O que é um prólogo? O prólogo é uma introdução presente em algumas obras literárias, frequentemente escrita pelo autor ou por uma terceira pessoa, que oferece ao leitor uma contextualização antes do início da narrativa principal. Ele pode esclarecer elementos importantes, como informações de fundo sobre os personagens, o cenário, ou a trama, preparando o leitor para a história que está por vir. Além disso, o prólogo pode explorar temas ou questões que serão centrais ao longo do livro, criando uma ponte entre o leitor e o universo ficcional da obra.

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