Aliens em textos — Croan’dhique

Em vez disso, encontrei mais estranhos.

O primeiro foi o próprio mestre da dor; senhor da mente, senhor da vida, senhor da vida e da morte. Antes de minha chegada, ele havia governado aqui por quarenta e tantos anos padrão. Era croan’dhique, um nativo, uma grande coisa bulbosa com olhos estofados e pele verde-azulada pintalgada, paródia grotesca de um saco com braços finos e de articulação dupla e três longos estômagos verticais que apareciam na pele odorosa como feridas pretas molhadas. Quando olhei para isso, pude sentir sua fraqueza; era enormemente gordo, um mar de gordura espalhada com cheiro de ovos podres, enquanto os guardas e servos croan’dhiques são rígidos e musculosos. Mas para vencer o senhor da mente, você deve se tornar o senhor da mente.

Quando jogamos o jogo da mente, eu tomei a sua vida, e acordei naquele corpo vil.

Não é coisa fácil para uma mente humana vestir uma pele alienígena; por um dia e uma noite eu me perdi dentro daquela odiosa carne, passando através de visões e cheiros e sons que não faziam mais sentido do que as imagens num pesadelo, gritando, lutando pelo controle e pela sanidade. Sobrevivi. Um triunfo do espírito sobre a carne. Quando fiquei pronta, foi convocado outro jogo da mente, e desta vez emergi com o corpo de minha escolha.

_________________

A FLOR DE VIDRO
George R.R. Martin

1986




Nenhum comentário:

Postar um comentário